28/11/2013 - Piracicaba - SP
da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Piracicaba
O secretário municipal de Saúde, Pedro Mello, foi enfático ao explicar o modelo de gestão escolhido pela Administração municipal para o Hospital Regional: “O atendimento do SUS é universal”, disse. A gestão do empreendimento, o qual já consumiu R$ 60 milhões da Prefeitura de Piracicaba, esteve em pauta em audiência pública na tarde desta terça-feira, 26, na Câmara de Vereadores de Piracicaba, numa iniciativa do vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT).
“A gente tem que entender que o SUS é uma rede, não é exclusivo (de uma cidade ou região)”, disse Pedro Mello. Ele ressaltou ainda que, sendo a gestão do Governo do Estado de São Paulo, as vagas dos 126 leitos (da primeira fase) e dos 220 (até o final de instalação) deverão passar pelo Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), sistema que gerencia os atendimentos hospitalares e ambulatoriais. “Ao transferir a gestão, Piracicaba não terá, a partir deste momento, gestão específica”, acrescenta o secretário municipal.
A diretora da Diretoria Regional de Saúde (DRS) 10, Maria Clélia Bauer, comemora o fato de o Hospital Regional seja “equipamento público ‘puro’”. Ela lembra que os principais hospitais da cidade, Fornecedores de Cana (HFC) e Santa Casa, dependem em quase 70% de filantropia. De acordo com a administradora da regional, sob as normas do SUS, os leitos disponíveis são todos os que estão no território – as 26 cidades ligadas à DRS 10, o que representa uma população de 1,4 milhão de pessoas.
“O SUS é solidário e universal, e é por isso que ele forte, porque não colocamos cerca no SUS, fazemos a mágica de atender mais com menos”, acrescentou. Ela lembrou, ainda, que desta população da DRS 10 são 60% de usuários do SUS e 40% para saúde complementar (usuários de planos de saúde). “Mas, quando a gente planeja, precisamos olhar para toda a população, ou seja, o 100%.”
Para Renato Françoso, do Conselho Regional de Saúde (CRS), o hospital nasceu com “vocação regional”, o que justifica a abrangência do atendimento. “Construir é uma coisa, fazer funcionar é completamente diferente, por isso tem que ficar na mão de quem ter recursos, tecnologias e que pode utilizar da melhor maneira”, avaliou, defendendo a gestão pelo Governo do Estado de São Paulo. “O Hospital precisa cumprir um vacuo (de leitos) de toda a região”, finalizou.
Durante mais de duas horas de audiência pública foram levantados diversos questionamentos quanto à utilização dos leitos. Especialmente que, mesmo com o alto investimento feito com recursos municipais, Piracicaba não terá qualquer influência na definição das vagas. “Por mais que tenhamos o discurso do SUS, de atendimento universal, mas quando o município investe em torno de R$ 60 milhões, a cidade teria que, alguma forma, em comum acordo com o gestor, participar desta gestão”, defendeu o vereador Gilmar Rotta (PMDB).
Autor da audiência pública, o vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) enfatizou que os participantes do evento “entenderam o propósito e discutimos com profundidade”, disse ele. Paiva destacou que, a partir da audiência, cada agente político, entre as 16 cidades que enviaram representantes, deverá tomar encaminhamentos sobre a gestão do empreendimento. “Acreditamos que o poder da pressão popular e política possam contribuir para termos o melhor funcionamento deste hospital”, defendeu o vereador.
Participaram da audiência autoridades regionais e vereadores de Piracicaba, como João Manoel dos Santos (PTB), presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba; Carlos Cavalcante (PPS), André Bandeira (PSDB), Chico Almeida (PT), Gilmar Rotta (PMDB), Luiz Arruda (PV), Paulo Camolesi (PV), Matheus Erler (PSC), Ronaldo Moschini (PPS), Madalena (PSDB) e Pedro Kawai (PSDB).
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