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26/2/2014 - Piracicaba - SP

Escassez de água reflete falta de planejamento do Estado, diz Paiva




da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Piracicaba

Reunião pública, na Câmara, debateu escassez de água; na opinião de Paiva, falta de água reflete ausência de planejamento do governo paulista para os recursos hídricos.

Para debater a escassez de água, que tem gerado preocupação em toda a população da região de Piracicaba, foi realizada nesta segunda-feira (24), na Câmara, reunião pública convocada pelo vereador José Aparecido Longatto (PSDB) e que contou com a presença do presidente do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), Vlamir Schiavuzzo, do secretário municipal de Defesa do Meio Ambiente, Francisco Rogério Vidal e Silva, e do secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Waldemar Gimenez, além de representantes do Consórcio da Bacia do Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Schiavuzzo comentou que não há previsão de racionamento de água em Piracicaba porque 90% da captação é feita no rio Corumbataí, que está em melhor situação do que o Piracicaba, principalmente em função das últimas chuvas na região. "Hoje o rio está com uma vazão de 8,2 metros cúbicos por segundo e, por isso, a situação está controlada", comentou.

Schiavuzzo disse ainda que, por conta do forte calor no início do ano, o consumo de água aumentou 7% e, por isso, o pedido dele para que a população economize. O presidente do Semae disse que em 90 dias deve estar pronta a proposta de novas alternativas de captação de águas, mas lembrou que o projeto demandará grande quantidade de recursos.

Rogério Vidal revelou que está em estudo um projeto para a recuperação de nascentes e mananciais que inclui o plantio de árvores nas margens dos rios, começando pelo ribeirão dos Godinhos. Ele comentou que propôs ao prefeito um projeto de desassoreamento do rio Piracicaba dentro do perímetro urbano.

Representante do Consórcio PCJ, José Cesar Faad informou que, para inibir a falta de água para os municípios da região, serão construídas duas barragens que poderão manter vazão estável de cerca de 9 metros cúbicos por segundo cada uma. Outra alternativa será a transposição de águas entre os rios da bacia. Faad lembrou que, em 1953, as bacias enfrentaram escassez parecida com a que se verifica agora, porém na época da seca, em agosto, e que hoje o Sistema Cantareira conta apenas com 16% de sua capacidade.

O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) participou da reunião pública e apontou algumas de suas preocupações. Primeiramente, disse ter ficado feliz com a notícia de que haverá dragagem para o desassoreamento do rio, pois essa é uma reivindicação antiga do movimento SOS Nova Piracicaba. Depois, avaliou que a crise de falta de água não se dá apenas por conta da estiagem, mas, sim, pela falta de planejamento dos recursos hídricos no Governo do Estado de São Paulo.

Além disso, atentou que "as barragens propostas só ficarão prontas em cinco anos" e que "o Plano de Recursos Hídricos está atrasado em três anos". Por isso, continuou, é urgente que as discussões sobre a barragem sejam paralisadas, pois, segundo ele, ocasionarão sérios impactos às margens do rio Piracicaba, o qual levará muito tempo para repor sua mata ciliar. Além disso, defendeu o vereador, é preciso rever a outorga Sistema Cantareira, que hoje destina 33 metros cúbicos de água por segundo para a Grande São Paulo e apenas 3 metros cúbicos por segundo para o interior do Estado.



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