29/8/2013 - Piracicaba - SP
Em reunião de trabalho do CMCT, secretários defendem integração das forças locais
da assessoria de imprensa da Prefeitura de Piracicaba
O Secretário de Desenvolvimento Econômico de São Carlos, José Galizia Tundisi, disse hoje à tarde, em palestra durante reunião de trabalho do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia de Piracicaba (CMCT), no gabinete do secretário de Desenvolvimento Econômico, Tarcísio Angelo Mascarim, que os estímulos para o desenvolvimento das cidades devem originar nos próprios municípios, a partir da integração entre universidades, empresas, institutos de pesquisas e a prefeitura. “Só assim será possível estabelecer políticas públicas locais de longa duração que levem em consideração o desenvolvimento social, a qualidade de vida e a preservação do meio ambiente”.
Mascarim apresentou o trabalho da Semdec, confirmando a linha defendida por Tundisi. Nesse sentido, ambos os secretários trocaram experiências sobre parques tecnológicos e propostas em andamento para viabilizar projetos locais junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). “Não adianta esperar por ações do governo federal, porque eles demoram para ser formulados e nem sempre chegam de acordo com a necessidade do município. Temos que ser proativos nesse sentido e apresentarmos os nosso projetos para obtenção de recursos federais. E recursos para bons projetos é o que não faltam”, enfatizou.
O secretário de São Carlos entende que as políticas locais devem ser bem elaboradas para que elas possam impulsionar as políticas nacionais. “Invertendo essa polarização aumentam as chances de obtermos sucesso”, disse. Para exemplificar sua tese, observou que apenas 10% dos municípios brasileiros geram a maioria das propostas de desenvolvimentismo que são, com o tempo, captadas pelo governo federal e transformados em políticas públicas.
Mascarim destacou ainda que a falta de um olhar mais atento de Brasília tem levado o país a perder as oportunidades para o desenvolvimento sustentável no setor de energia, principalmente a derivada da biomassa da cana. “Temos uma Itaipu adormecida nas usinas, que poderia gerar essa energia que o país tanto precisa, principalmente em período de escassez de água, apenas com algumas medidas pontuais e direcionadas. Mas isso não acontece por falta de visão do governo federal”.
Tundisi destacou também que sem o apoio da academia o desenvolvimento regional fica prejudicado. “Não se faz gestão em inovação e tecnologia sem conhecimento científico. O empirismo pode até dar certo em uma determinada circunstância, mas sem o suporte acadêmico e dos centros de pesquisas não há como pensar projetos de longo prazo”. Ele lembro ainda que Piracicaba e São Carlos são cidades privilegiadas nesse sentido, devido às universidades instaladas nesses municípios e a existência de núcleos avançados em ciência e tecnologia, mas que precisam se articular.
Em sua tese, Tundisi defendeu a diversificação da economia local, aproximando ainda as cidades ao espírito que movimenta a globalização. “Não podemos nos prender apenas aos segmentos ligados à vocação das cidades. As cidades precisam se abrir e se diversificar”, destacou. Nesse sentido, Mascarim observou que Piracicaba tem atuado muito com base nessa mesma filosofia. “Tanto é que o setor sucroalcooleiro não é mais predominante na cidade. Responde hoje por 40% do setor industrial, sendo 30% automobilístico e 30% para os demais produtos de forma bem diversificada”.
O convite para a vinda de Tundisi a Piracicaba foi feita pelo CMCT. “A intenção do conselho é fomentar o debate sobre tecnologia e inovação para ampliar a sinergia entre as universidades e demais instituições de ensino, empresas e centros de pesquisas no sentido de estimular o desenvolvimento de projetos que nos levem a um novo patamar de desenvolvimento”, explicou Carlos Roberto Rodrigues, presidente do conselho.